Compositor: Não Disponível
Eu estou acostumado a morar em apartamentos com paredes finas
Às vezes eu escutava tudo que meus vizinhos falavam
Mas esse meu último apartamento e quarto
Parecia decente no começo, mais pra entediante
Durante dois ou três anos, nada aconteceu
Meu vizinho era um velho que eu encontrava no corredor
Ele passava educadamente, usava um terno antigo
Sabe, um típico velhote, um caduco silencioso
Ele parecia normal, mas de repente
Começou a fazer esses gemidos e grunhidos noturnos
É difícil se acostumar, eu acho assustador
Agora ele grita enquanto dorme quase todas as noites
Noite sombria das nossas almas
Noite sombria dos nossos corações
Caindo em um buraco sem fundo
Eu só preciso dormir um pouco
Não sei quando conseguirei
Mas eu não quero nem mais um minuto
Dessa velha história, purgatório
Para de me torturar, velho
E por favor, não seja eu no futuro
Se fosse um cachorro latindo ou um bebê berrando
Eu provavelmente ficaria bem, voltaria a dormir logo
Mas me imagine deitado lá, sozinho na cama
Quando esse velho começa a chiar na minha orelha
E agora todas as noites, por volta das três da manhã
Eu sou acordado por esse caos deplorável
Quem é desmembrado? Que diabos aconteceu?
Eu temo que ele acabe com a minha sanidade
E isso me torna receoso de continuar sendo eu
Porque esse velho gritando pode ser meu momento fatal
O que ele fez quando era jovem pra receber essa tortura
E se eu for ele, e ele for mesmo eu no futuro?
Noite sombria das nossas almas
Noite sombria dos nossos corações
Caindo em um buraco sem fundo
Eu só preciso dormir um pouco
Não sei quando conseguirei
Mas eu não quero nem mais um minuto
Dessa velha história, purgatório
Para de me torturar, velho
E por favor, não seja eu no futuro
Eu estou acostumado a morar em apartamentos com paredes finas
Às vezes eu escutava tudo que meus vizinhos falavam
Mas esse meu último apartamento e quarto
Parecia decente no começo, mais pra entediante
Mas agora é como tentar dormir na prisão de Guantánamo
Ou em um hospital infernal pra transtorno pós-traumático
Ou em um calabouço medieval sádico
Onde você escuta algum pobre coitado ser chicoteado
E no escuro, quando sua mente fica rodopiando
E você tem visões estranhas sem fins ou começos
Eu adormeço um pouco e depois ele volta a gritar
E eu tenho medo de ele ser eu, e eu ser ele no passado
Eu fico com delírios paranoicos, cenas de ficção científica
Elas parecem idiotas durante o dia, mas agora lá vai ele de novo
Noite sombria das nossas almas
Noite sombria dos nossos corações
Caindo em um buraco sem fundo
Eu só preciso dormir um pouco
Não sei quando conseguirei
Mas eu não quero nem mais um minuto
Dessa velha história, purgatório
Para de me torturar, velho
E por favor, não seja eu no futuro
Sabe, Jeffrey, é verdade o que dizem
Eu costumava ser igual a você, mas fiquei assim
Eu vivia reclamando por não ter amor
Nunca era o suficiente pra me sacrificar ou cuidar
E eu costumava ter um gato, e um ou dois amigos
E nós saíamos pra passear, mais ou menos como você sai
Mas agora eu só consigo gritar na escuridão
Por causa da dor de noventa anos vazios e desalmados
Quem cresce atrás de liberdade é uma rosa, respire e floresça
Então você sabe que seu caminho já te levará a este quarto
Eu pensei que a guerra me traria glória, em uma trincheira sombria
E depois passei mais quarenta anos sentado no parque, em um banco
E é tudo existencialmente desesperador, eventualmente
Você estará doentio e chiando igual a mim, como deveria estar
Eu não vim como um aviso
Mas como aceitação
Então aceite
Já foi escrito
Já está acontecendo
Você já está aqui